Música para cinema
Desde o surgimento da chamada sétima arte, a música tem se feito
presente para permear a histórias passadas na tela do cinema. O cinema
enquanto técnica surgiu com a invenção do cinematógrafo pelos irmão Lumiére
em 1895. Em 1911 deu-se a publicação do Manifesto das Sete Artes pelo
teórico italiano Ricciotto Canudo e o cinema passou a figurar entre as artes.
As projeções cinematográficas consistiam em fotografias quadro à
quadro que eram colocadas em movimento para dar seqüência a ação. O filme
era em preto-e-branco e não possuía som. Eram compostas trilhas sonoras
para os filmes e estas eram executadas ao vivo durante as projeções. Para
tanto, as salas de cinema tinham a sua disposição músicos, em sua maioria
pianistas, para executar a trilha sonora do filme a ser exibido.
No ano de 1926 começou-se a fazer os primeiros testes para filmes
falados. A voz era gravada em disco e anexada ao filme. Em 1927 a Warner
Brothers lançou o filme O Cantor de Jazz que viria a ser o primeiro filme a
apresentar diálogos. Os cinemas passam a necessitar de um sistema de
projeção do som. Em 1929 Hollywood já abolira por completo o cinema mudo,
um processo que levou alguns anos para ser concretizado no resto do mundo.
A chegada do som aos cinemas foi responsável por desempregar os
músicos contratados para tocar durante as projeções, mas impulsionou ainda
mais a música como parte integrante da história contada. Grandes
compositores e grandes orquestras passaram a figurar como parte
indispensável de uma obra cinematográfica. Até os dias atuais é quase
impossível conceber uma idéia cinematográfica que não tenha uma trilha
sonora atrelada à mesma.
Dentre os gêneros de filmes passou a figurar o gênero musical. O filme
musical consiste numa obra em que canções são parte integrante da história,
tal qual no gênero da ópera. Em alguns filmes os diálogos são completamente
cantados, em outros há momentos de fala e de canção. O primeiro filme falado,
O Cantor de Jazz, já pertence ao gênero musical. Nos musicais, a dança
também se faz muito presente na maioria das vezes. De 1945 à 1960 ocorreu a
chamada “Era de Ouro” dos musicais, onde o gênero mais foi explorado. Após
algumas décadas em desuso, os musicais voltaram a ser produzidos em
meados dos anos 90 e permanecem sendo produzidos até os dias atuais.
A música no cinema tem o papel de permear, enaltecer e/ou antecipar
uma ação do filme. Um filme de suspense ou de terror, por exemplo, tem seus
momentos de tensão muitas vezes atrelados a uma música que contenha essa
carga em sua estrutura. Exemplo disto são as composições de Bernard
Hermann para filmes de suspense do diretor Alfred Hitchcock. Em um dos mais
célebres filmes do gênero, Psicose, a cena de assassinato da protagonista no
banheiro tem sua carga de tensão ampliada pela música composta por
Hermann.
Outro importante filme tem sua cena mais célebre aliada a uma grande
composição. O filme é E o Vento Levou... de Victor Fleming, cuja cena em que
a personagem Scarllet O’Hara faz um juramento a Deus é pontuada pela forte
trilha composta por Max Steiner.
Referência:
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