AUGUSTO CALHEIROS: OS 130 ANOS DA PATATIVA DO NORTE

 
“Cai a tarde tristonha e serena, em macio e suave langor, despertando no meu coração a saudade do primeiro amor”. Estes versos pertecem à valsa-canção “Ave Maria”, composição de Erothides de Campos, interpretada por Augusto Calheiros, que completaria, neste 5 de junho, 130 anos.

 A “Patativa do Norte”, que nasceu em Alagoas e iniciou sua carreira em Recife, cantando na Rádio Jornal do Commércio, como integrante do grupo Turunas da Mauricéia, fez muito sucesso em todo o país, durante as décadas de 30 e 40. Foi um dos primeiros cantores da região nordeste a alcançar sucesso nacional, influenciando nomes como Luiz Gonzaga, o nosso “Rei do Baião”. Tornou-se um dos maiores cantores brasileiros, ao lado de Francisco Alves, Silvio Caldas e Vicente Celestino, alguns dos maiores nomes da época. 

 Conhecido por sua bela voz, seu estilo único e o repertório impecável, gravou obras como “Chuá Chuá”, lançada por Vicente Celestino no Teatro de Revista; “Prelúdios de Sonata”, “Flor de Caboclo” é o clássico “Senhor da Floresta”, que tornou-se o maior emblema de toda sua brilhante carreira, ganhando várias regravações, ao longo dos anos, sendo a de Maria Bethânia a mais conhecida delas.

 Hoje, pode ser um mero desconhecido para boa parte do público, pelo fato de o Brasil ser um país que não cultiva a sua memória cultural e também, por não ter tido a mesma popularidade que alguns contemporâneos seus obtiveram. No entanto, sua arte foi e continua sendo importantíssima na consolidação e homogeneização da nossa música, sobretudo, do cancioneiro regional.


Texto por Davi Vieira

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