DOMINGUINHOS: A ALEGRIA DA SANFONA SENTIDA
Foto: Tatiana Machado/ Flickr
“Tô com saudade de tu, meu desejo”, expressa o primeiro verso de “Gostoso Demais”, parceria de Nando Cordel e Dominguinhos, que nos deixou há exatos oito anos, causando muitas saudades nos corações nordestinos e brasileiros que foram aquecidos pelo calor de sua arte sem igual. Não é à toa que seu nome figura entre os baluartes da cultura musical nacional, sobretudo, do nordeste, como Luiz Gonzaga e Jackson do Pandeiro.
José Domingos de Morais foi um dos personagens fundamentais do nosso cancioneiro popular. Multi-instrumentista, cantor e compositor, o pernambucano de Garanhuns, filho de alagoanos - sendo o pai sanfoneiro -, discípulo de Gonzagão (seu mestre e padrinho) e marido de Guadalupe, que iniciou a carreira como Neném do Acordeon ainda na infância, ajudou a escrever as páginas musicais do Brasil, sempre com o talento e a maestria que lhe eram peculiares.
Com uma versatilidade assombrosa, o grande músico transitava, com a mesma qualidade, pelo baião, xote, forró, bossa nova, choro e, até mesmo, jazz. Nenhuma surpresa, tratando-se do mestre em questão. Por tais razões, firmou parcerias bem-sucedidas com músicos do porte de Gilberto Gil, Elba Ramalho, Cauby Peixoto, Hermeto Paschoal e Yamandu Costa, que afirmou: “Dominguinhos mudou minha percepção da música”.
Ouvir Dominguinhos é “gostoso demais”! Seu som “nos dá prazer” e, quando o apreciamos, estamos “nos braços da paz”. É como se estivéssemos “de volta pro aconchego”. Duro é ficar sem suas canções vez em quando. Parece que falta um pedaço de nós. Quando soa a sua sanfona ou a sua voz em algum lugar, “quem tá fora quer entrar, mas tá dentro não sai”. E todos dizem: “isso aqui tá bom demais”. Essa é a magia da música, do talento, do artista! Por isso, Dominguinhos vive em tudo o que nos legou.
Texto por Davi Vieira
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